sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O eclipse


O sol apareceu antes do esperado. A terra, fora de sua verdadeira órbita,  timidamente celebrava a chegada dele.  Em Belo Horizonte, uma linda manhã de sexta-feira que podia ser vista parcialmente da varanda do 5° andar.
O astro rei foi sua companhia por alguns minutos. Logo escondeu-se. A natureza, em agradecimento, faz desabrochar o mais bonito girassol, de pétalas e movimentos divinos. A ausência do sol  foi por uma boa razão, pois o que viria depois disso seria um espetáculo de grande proporção, de formosura imensurável.

O astro retorna. Não chegou sozinho. Trouxe consigo aquela que representa a noite: a Lua. Beleza Indescritível.
A terra há muito tempo esperava por este encontro. Nada foi premeditado. Em perfeita translação ela se aproxima e consuma a reunião mais esperada: O eclipse. Os três alinhados. O girassol assistia.
No entanto, à terra já não importava mais o sol, estava frente à frente com ela, a dama de todas as noites.  Desprovida de encantos individuais, pediu ajuda. Seu brilho é devido ao rei, pois ele é quem a torna tão iluminada.
Não demorou ser atendida. Ele manifestou sua grandeza como deveria. Em saudações à terra, dizia junto à lua: "Olá minha amiga, nos encontramos novamente!  Pouco tempo se passou, por onde devemos começar? Parece que foi eterno.*"
Naquele instante, no espaço, só havia aquela trindade. No 5° andar, a bela, o músico, sua guitarra e a espectadora.

Luna, a guitarra Fender Stratocaster Signature Jeff Beck

* Verso de "my sacrifice", do Creed. A canção que o músico tocava no momento do encontro e foi citada como a saudação.





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