domingo, 10 de maio de 2015

Saudade com final feliz


De todas as sensações que o meu coração tem, a saudade é uma das mais constantes. Quando não é possível suportá-la, muitas vezes ela acaba se mesclando com a dor de uma ausência que não consigo preencher. Hoje, estou aqui para falar de uma saudade digna, livre. Que posso sentir e matar, sem medo, culpa e engano.

Essa semana, numa quinta-feira fria de outono em que eu oscilava entre estar aflita e estar mais ou menos, ouvi no rádio uma música bonita que conheci recentemente: Qualquer palavra. A voz linda do Lenine somada à leveza da melodia e da letra me despertou uma saudade daquele que é a expressão perfeita da música que há em mim. Imaginei a canção na sua voz e seus acordes, ambos de perfeição e poder de cura incomparáveis. Cura, a palavra-chave para o que eu precisava.

Peguei o telefone, buscando o nome dele. Nome que remete à palavra, ao livro de verbetes, definições e significados; que está organizado em ordem alfabética. Se ele soubesse que quando se faz presente em minha vida, sob os holofotes,  me organiza por dentro de A a Z...

Liguei. A voz dele, o tempo todo, soava como se ele estivesse cantando. Falei sobre sua lembrança que me ocorreu enquanto eu ouvia a música, e que esta era a razão do meu contato. E é tão bom poder surgir na vida do outro a qualquer momento.

A quinta-feira fria de outono não foi só de tristeza. O encontro que se deu naquela noite renovou meus ânimos. Há sorrisos que nos dizem o quanto somos bem-vindos. Há canções que nos curam. Há abraços que nos devolvem o que a distância e a falta de tempo nos roubaram. Saudade com final feliz pode sempre ser sentida. É indolor.





Nenhum comentário:

Postar um comentário